Realizar trabalhos escolares em casa é uma responsabilidade que pertence à criança e a seus professores. Quando os pais resolvem ajudar, entram numa armadilha. A ajuda pode se tornar um instrumento da criança para punir, explorar ou aborrecer os pais.
Image: Arvind Balaraman / FreeDigitalPhotos.net |
Podemos dizer claramente: "Seus trabalhos escolares feitos em casa, são a mesma coisa que o trabalho para nós - uma responsabilidade pessoal". Essa tarefa dá à criança a oportunidade de estudar a si mesma. Um pai que fica lembrando ou interferindo cancela o principal benefício do trabalho escolar feito em casa. A melhor ajuda que os pais podem dar é a indireta: uma mesa adequada, boa iluminação, livros para referência e nada de interrupções. Ocasionalmente, os pais podem esclarecer um ponto ou ouvir alguma coisa memorizada. Mas, se a criança estiver realmente em apuros e pedir ajuda, os pais devem dá-la. E sem exagerar, porque o excesso de ajuda significa: "Você, sozinho, não sairia dessa".
Quando uma criança se queixa do trabalho escolar feito em casa, deve ser ouvida atentamente e o papel dos pais é demonstrar compreensão. Luís, de 10 anos, tinha uma porção de trabalho escolar para fazer em casa. E gritou : "Odeio a minha professora! Não vou fazer trabalho nenhum aqui!" A mãe concordou: "Realmente, você traz muito trabalho para preparar". E não disse mais nada. Bastou, porém, essa frase, que importava no reconhecimento do seu problema, para a raiva de Luís diminuir. E duas horas depois, ele tinha dado conta do trabalho.
Uma carta chegou da escola, queixando-se de que Arnaldo, de 10 anos, estava se atrasando em seus estudos. O primeiro impulso do pai foi o de lhe dizer: "Olhe aqui, menino, de agora em diante você vai ter que dar duro nos estudos todos os dias, inclusive nos domingos e feriados. E acabou-se o cinema e televisão!" Esse discurso já tinha sido feito várias vezes. E sempre numa atmosfera de zanga. Dessa vez, porém, o pai apelou para o brio do filho. Numa conversa só entre os dois, mostrou a carta recebida e disse: "Meu filho, nós estávamos esperando que você ganhasse uma bolsa de estudos. O mundo precisa de pessoas capazes. Há muitos problemas que estão esperando solução". Arnaldo ficou impressiondo com as sérias preocupações de seu pai. E passou a ser melhor estudante.
Referência: Psicologia Moderna, autor: Antônio Xavier Teles, Editora Ática, 1975.
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